Inquilina

Desde menina,

Que a poesia é minha inquilina;

Nunca pagou aluguel,

Porque vivia de lado,

Ao Deus dará,

Jogada ao léu.

Hoje, a minha inquilina

Já ocupa espaço,

Preenche o papel,

Com letra, verso e traço.

Se me paga mensalidade?

Ah, já não tenho idade,

De cobrar coisa alguma.

Sou uma pobre senhoria,

Que lava, passa e arruma

Os caprichos da poesia.