Ausência
Sumir é benção
Pela fumaça densa
Enquanto o fogo queima
O que já não serve.
Sumir é benção
Oposto do que pensam
Depois que o coração teima
E a mente se perde.
Não me denunciam
Invisíveis passos
Saio sem deixar rastros
Sendo quase o ontem.
E já não me assusta
Ver só dois pés na areia
Quanto às cicatrizes feias
Deixo à vida que conte.
Sumir não é tenso
E a mim mesmo venço
Passada a excessiva fleuma
Cedo ao que o corpo pede.