"PACIÊNCIA TEM LIMITE" Poema de: Flávio Cavalcante

PACIÊNCIA TEM LIMITE

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Por mais que eu queira ser solidário

Usar da pouca paciência que me resta

Devo lembrar que eu sou um réu primário

E impaciência em mim sempre fez a festa

II

Transformo um copo d'água num mar revolto

O meu termômetro da paciência depende do seu

Se quer fazer o teste vai ver o bicho solto

Sou impaciente pra quem escreveu e não leu

III

Sou um fósforo riscado no cartucho da dinamite

Talvez eu seja a bomba que ainda não explodiu

A dor da tapa na cara que ainda dói e persiste

Sou a mensagem de erro que o erro não admitiu

IV

O pavio curto com uma chama em brasa sou eu

O tiro certeiro no alvo que jamais foi atirado

Está morto aquele que de vara curta me mexeu

E acordou o leão feroz ferido e machucado

V

Jamais tente testar o limite da minha paciência

Sou uma armadilha ativada pronta pra desarmar

Extrapolada com a totalidade da sua veemência

E a minha pouca paciência acabou de se esgotar

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 03/05/2022
Código do texto: T7508570
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