Objeto
Quantos de mim
Sem minha ciência
Saindo de bocas
Entrando em ouvidos
E me dando fama?
Sou feio jardim;
De péssima crença
Que quem toca
Uma vez, perdido
Depois na lama.
Somem as vontades
Do meu peito dolorido
Como pássaro ferido
Voo sem saudades.
Eu, sempre metade
O que poderia ter sido
Em segundos, banido
Após a tal saciedade.
Quantos de mim
Ainda vivem lá fora?
E por que há esforços
Se tão logo se apaga
A antiga chama?