Mercúrio

Deixo-me às palavras

Ao sentir que o silêncio,

Considerado ouro,

Pode valer tão pouco.

Evitando ficar louco,

Faço versos soltos

Exploro o que vivencio

E saio de alma lavada.

Às palavras me deixo

E logo sou apenas água

De um poço fundo

Inalcançável por tantos

Não me jogo aos prantos

Sou honra e submundo

Acesa a paixão negada,

Total perda do eixo.

E não me julga o papel

Aceita-me como sou.

Do muito que lhe dou,

Meu inferno e meu céu.

As palavras não deixo

Bússola a um horizonte

Antes que o sol desponte

É por elas que me queixo.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 13/05/2022
Reeditado em 18/05/2022
Código do texto: T7515568
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