URDIDURA

Quando olho pai

teu rosto sulcado de ais

E através de minhas lágrimas

vejo tua face esmaecer

Quando a saudade

espreita antecipada

E o tremor de tuas mãos

tece a última urdidura

Agora que também sou pai

e teu viço já não me embala

A criança que eu fui

não te esquecerá jamais