Por trás das sílabas da barbárie

Por trás das sílabas da barbárie

Geme o osso da liberdade

Dilacerada entre abutres

Deixa ecoar em suas entranhas

Uma leve luz que viceja

Entre seus cacos e andrajos

Na tarde que agoniza num breu

Sonhando com outros dias

Sem a vergonha de existir

Um homem atravessa os avessos

Dos descampados da infâmia

Pede asilo a lontra de ferro

Que decepa o rumor do teleférico

Trazendo agudos sinais

De que algo mais do que nada

Ainda espera na curva

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 01/06/2022
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