RIO DE UMA MARGEM SÓ
Nasci em pleno turbilhão de uma tragédia,
Em meio à dor e o inconformismo da morte,
Rompendo, separando vidas minha história;
Dois mundos, dois opostos, a minha sorte.
Quis Deus que da tragédia surgisse o amor,
Eu, separando tristezas, partes substituindo,
Quais quebraram a morte amenizando a dor;
O outro elo se perdeu, outro mundo ruindo.
Da outra parte que ruiu eu nunca quis saber,
Não quis olhar para a outra face da moeda,
Da outra metade da maçã não desejei comer;
Este rio para mim só tem uma margem certa.
O tempo passou, mas nunca houve desespero,
A vida seguiu seu curso, eu na mesma margem,
Não fui ao outro lado, não procurei o barqueiro;
Sabia que ela estava lá, mas faltou-me coragem.
Minha vida é aqui na margem deste rio calmo,
A outra margem está lá intacta a ser conhecida;
Sempre me pergunto: Para que revirar o passado,
Meu mundo é este. Aqui é que está minha vida...