RIO DE UMA MARGEM SÓ

Nasci em pleno turbilhão de uma tragédia,

Em meio à dor e o inconformismo da morte,

Rompendo, separando vidas minha história;

Dois mundos, dois opostos, a minha sorte.

Quis Deus que da tragédia surgisse o amor,

Eu, separando tristezas, partes substituindo,

Quais quebraram a morte amenizando a dor;

O outro elo se perdeu, outro mundo ruindo.

Da outra parte que ruiu eu nunca quis saber,

Não quis olhar para a outra face da moeda,

Da outra metade da maçã não desejei comer;

Este rio para mim só tem uma margem certa.

O tempo passou, mas nunca houve desespero,

A vida seguiu seu curso, eu na mesma margem,

Não fui ao outro lado, não procurei o barqueiro;

Sabia que ela estava lá, mas faltou-me coragem.

Minha vida é aqui na margem deste rio calmo,

A outra margem está lá intacta a ser conhecida;

Sempre me pergunto: Para que revirar o passado,

Meu mundo é este. Aqui é que está minha vida...

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 26/11/2007
Reeditado em 28/11/2007
Código do texto: T752910
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