Mãos abertas

Quando fores de outrem

Outro trem eu pego

E para longe parto,

Farto do que não me convém.

Já que és de outra vida,

Margaridas despetalo;

Finjo que não me abalo

E apenas me resta a partida.

A saída não evito

De que me servem conflitos

Que vivem fora de mim?

Profundamente reflito,

Faço disso finito

E não gasto o meu latim.

Quando fores flores

De canteiro alheio,

Ilusões não semeio

E busco por outras cores.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 22/06/2022
Reeditado em 24/06/2022
Código do texto: T7543382
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