Mãos abertas
Quando fores de outrem
Outro trem eu pego
E para longe parto,
Farto do que não me convém.
Já que és de outra vida,
Margaridas despetalo;
Finjo que não me abalo
E apenas me resta a partida.
A saída não evito
De que me servem conflitos
Que vivem fora de mim?
Profundamente reflito,
Faço disso finito
E não gasto o meu latim.
Quando fores flores
De canteiro alheio,
Ilusões não semeio
E busco por outras cores.