Manhã Chuvosa
Manhã Chuvosa
Do meu quarto escuto o gotejar das bicas,
Sinto a brisa fria soprando em minha janela...
Lembro das plantas, e queria está com elas...
Tal qual um gato, todo meu corpo se estica,
A emoção traz uma dor que não se explica,
E a preguiça lentamente, cobre-me com ela...
Nesta manhã quero rever a minha infância...
Lembrar eufórico o que vivi com a natureza,
Sentir de novo toda aquela energia, a beleza,
E em minha mente reproduzir a exuberância...
Que sob a chuva, e apenas nesta circunstância,
Mostrava-me a fazenda, em trajes de nobreza...
O vento sopra, varrendo a rua e os mananciais,
E minhas lembranças nadam pelas corredeiras...
Constroem as barragens, diques, e brincadeiras,
Que na cidade, meus filhos, nunca viram iguais...
A chuva banha o telhado, plantas, e os animais...
Minha’lma feliz espalha-se como as trepadeiras...
Nesta manhã chuvosa afogarei todas as mágoas...
Jogarei no esquecimento tudo que me leve à dor...
Sob os lençóis, ficaremos apenas eu e meu amor...
O meu espírito se expandirá junto com as águas...
Minha poesia irá com o vento em mentes árduas,
Cantando com a chuva, da natureza, o esplendor...