DIÁRIO DE UM VICIADO

Vivo esta abulia...

ainda vivo!

E isso, todos os dias.

O meu lenço é sujo,

o meu tempo é curto...,

...sou como um alienígena,

vivo na terra, mas, pertenço

ao "mundo da lua".

Respiro e transpiro, alucinó-

genos.

"Numa viagem, sem volta", já

que minha casa é a rua.

O meu sangue é inerte, minhas

veias, são vias.

São campos de guerra, de testes,

de trinchas.

Já não sinto nem dor, já não tenho

pudor(...).

Um sepulcro aberto, sem amor, sem

valor.

Turvo, espectro; vivo este dissabor(...).

Eu transpiro, eu choro.

Ainda respiro e imploro:

_Me livre deste vício indômito!

_é trágico!

mas, preferia que fosse cômico.