Pós-vida

 

 

Crepúsculos de anil

anelados de lustros

fáceis de armadilhas

doces e dóceis

 

era fruída a manhã

de licenças e pós-vida

 

e ante o famigerado

altar de alvas e

amarelas esperanças

 

arredondo-me em desejos e ensejos

o corpo e a forma restituídos

ao léu da carne

 

momentos crispados

nas manhãs vestidas pelos verdes

entre janelas

 

uns macios crepons

crespos de luas

assuntos verdejantes

de tardes

              tardio

o despertar

                enfim...

 

 

enfim, no relento

da lua deslizo

pelo manto

                maré

vestida de muitos verdes

expio crepúsculos

nodosos

            de nódoas

em silêncio

alternando-se

nas frestas da crescente.

 

Jandira Zanchi
Enviado por Jandira Zanchi em 30/11/2007
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