Os "eus" da minha vida

Da vida nada entendo

Entendo de sentimentos

Entendo? Sentimentos?

Vida? Ah! Se a paz

desse-me guarida!

Meio louco, meio oco

Assim eu vou vivendo

Centrando-me aos poucos

Nessa busca, sempre nascendo.

E neste emaranhado

Os "eus" querendo emergir

Sinto-me, às vezes, cansado

Com tantos querendo existir.

Existe o controlador

Que me cobra o tempo inteiro

E quanto trabalho passo...

Com o danado do festeiro.

Existe também o coitadinho

Que às vezes quer aflorar

Mas como e o quê fazer

Com o ditador a controlar.

E do sonhador

O que posso falar?

Muitas vezes se sobrepõe

Tomando o seu lugar.

E o briguento então

Que em toda minha vida esteve

Sempre o dono da verdade e de muitas vitórias

Para o meu pior desespero ele nunca se conteve.

Botava o dedo em riste

E o verbo ia soltando

Ai meu Deus, que vergonha, que mico,

Sempre estava eu pagando.

Sempre o briguento e o controlador

Por grande parte da minha vida

E eu no meio dos dois

Muitas vezes perdida.

E o meu "eu" mais interessante

Qual seria?

O controlador, o festeiro, o coitadinho, o briguento?

É claro que se soubesse

Aos outros, abandonaria.

Mas qual quero realmente?

Dizer eu não saberia.

Preciso conviver com todos

Sem eles, EU não existiria.

Nadia Silveira
Enviado por Nadia Silveira em 03/12/2007
Reeditado em 03/12/2007
Código do texto: T762835
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.