Casa velha

Não podemos dar corda ao relógio,

Se não sabemos se ele pode despertar.

Pois que desperte o relógio de ouro,

Pois o acordar assim...

Será de um grande bem.

Badale, de corda que até rebente,

Confia nos sinos que são pra ti a sina

De um lutar, de um expandir tal qual

Ao grande Big Bem.

Canta meu sino amigo, relógio de ouro.

Mostre o isso e o não de toda essa miséria

Que margeia a nossa cria, a nossa sesta.

Vá de encontro ao ribombar dessa galera

E que a mão mais forte pinte por aí

Cor branca em casa velha.

Vicente Freire – 12/08/82