Pra ver sorrir minha gente II

Não sejam as horas mais ágeis

Que as vozes dispersas

Querendo se unir.

Se à respiração inda curta

Nos sobrem excessos perdidos em si.

O ar é o da noite e do dia

E o sangue gemia

Nas frestas da luz.

Se hoje é ontem ainda

E a voz que a continha

Não chora nem ri,

É tempo de abrir as janelas

Pros gritos da terra

Tomados de dor.

Cumprir todas as primaveras

Nas flores e as guerras

Que a noite deixou.

Não seja o medo veneno

Maior que o lamento

De quem nada faz.

Que mova os rios de dentro!

Socorra a paz.