PÓ DE MARIPOSA.

Enquanto pousas e repousas

Teu pesado corpo em gravidades

Alço-me aos céus, voando brevidades

E provoco-te em pó de dourada mariposa

Cubro-te com véu de voos noturnos

Pisco minhas asas, revirando casulos

Que em metamorfose, há tempos clausulo

Seja noite, seja dia, ou em voos taciturnos

Se apagada a claridade entre estrelas e trovões

Renascida vida atrevida, entre jardins e cores

Enquanto mariposa, ainda não beijo flores

Mas concedo às borboletas, inchados verdes botões.

Elenice Bastos.