Amor! Flores e Espinhos.

Entrelacei aventura, palavras e risos.

No crepúsculo da realidade, sofria.

Espanejando as tristezas e a agonia

Sobre a sua curiosidade viciada

No meu gesto estreado. Orgia!

Pousaste olhos negros no lirismo

E sobre as minhas atitudes estelantes.

No meu pensar cismático, sonhaste.

Os meus lindos sonhos, diamantes.

Raios veementes iluminam a minha paixão.

A pureza original se esvaece e desencanta.

Em prece, clamo o teu nome em vão,

Parte fraca da doce esperança.

A linguagem, despida na frieza tua.

Torna-me a vida cruel desventura.

E na face ainda trago.

O doce perfume, que não atenua.

A ausência do teu afago.

A meiguice de um olhar falante

Na crescensa desta paixão contida

Deu-me por fé, teu silêncio agora.

São raízes secas a matar-me á vida

Nesta saudade entrego-me às dores,

Ao ritmo embaralhado, que me vem á sorte.

No meu lindo jardim, as flores.

Partem-me as veias e colorem a morte.

Ultima estância! Morte também é lida.

E eu suporto escutar uma canção

Que o vento leva com a aurora.

Uma alma chora! Há escuridão!

Vento que vem, canta , dança e cai.

Vento, que vem os meus sentimentos.

Arrepela e em redemoinhos se vai.

Pela estrada dos meus dias lentos,

Borrando o chão, com os meus ais.

Branca Tirollo

limaodoce
Enviado por limaodoce em 26/11/2005
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T76467
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.