RUARRUMO

a rua permanece lá fora.

acabou: entrada do terminal que

por muitos caminhos, leva a um lugar.

era lá que queria chegar.

agora não mais rodas

só as da mala, pequenas, sendo puxadas.

agora só passos, passadas em direção de.

quase labirinto: ruelas, alamedas, vielas

paredes frias, escadas requentadas com o tira e põe dos pés.

um sorriso, um aceno, o frio na barriga.

um abraço sem jeito sob as vistas da multidão

que nem olhava. um abraço. perdido?

não, era para ser assim.

o táxi: novamente a rua: suja, mal cuidada, arborizada

lisa, reta, limpa.

postes, placas, casas, prédios, tudo espalhado.

hotel sem vaga, um hospital na largura da avenida

na padaria a vidraça verde do edifício em frente chama a atenção.

ruas íngremes e estreitas comportam os ônibus sanfonados

enguias movida a fósseis,

carros à frente, atrás, estacionados, parados, apressados.

o coração? disparado.

o fim de outra rua onde tantas outras desembocam.

um guichê, um elevador, uma porta a ser aberta.

outra rua se inicia: a que dá para o céu