O espaço, o tempo, o caos e o silêncio
Aqui e agora, tudo e nada.
E tão somente.
Um futuro relativo pra cada.
O passado adjacente.
Aquele que a gente só guarda, mesmo estando presente.
Presente que não existe.
Ele passa com o tempo.
Uma ilusão que persiste.
Real como sentimento.
E parece que quanto mais se insiste, maior é o movimento.
O movimento do cosmo como um todo. A expansão.
O frio, o fogo. A luz, a escuridão.
O eco afônico do silêncio em coro.
Não ouço nada, mas ainda sinto vibrar o chão.
Então me guardo e me guio,
já não tenho mais medo do fim.
Carreguei muito fardo que não era meu, mas conheci cada versão minha assim.
Fim já vi um punhado. E em todas as vezes dei o melhor de mim.
Nunca tive muito a oferecer, confesso, além da minha presença.
Talvez confusa de entender, mas sempre fui intensa.
Parece neurose, eu sei.
Talvez seja intuição.(?)
Mas juro pensei ter ouvido você falar em salvação.
Tipo A Caverna de Platão.
Devo ter entendido errado, então?
É que eu já quase fui para o caixão.
E hoje tento ser uma mulher de fé.
Mas confesso, às vezes meto a mão pelo pé.
Vou pra 5ª enquanto dão ré.
E embora eu não seja normal,
a vida é o que é.