A árvore

Enquanto deitado em formol

Parte de mim mesmo

A outra, belamente reproduzo

Cópia esculpida em carrara.

Continuo deitado sob o sol

E o meu lugar garanto

Ainda que, por vezes, confuso,

Grande mestre que mascara.

Sem perceber, copio

Aquilo que me faz chorar;

Aquilo de que tanto rio.

Talvez até sinta o vazio

Que não devia estar lá

Repito gestos e desafios.

Descendo a escada-caracol,

Cresço e multiplico

Com parâmetros obtusos;

O mesmo riff de guitarra.

Dito mesa, teto e até lençol

Minhas leis aplico

Apesar de inseguro, duro

Nenhuma ovelha se desgarra.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 21/01/2023
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7700962
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