A árvore
Enquanto deitado em formol
Parte de mim mesmo
A outra, belamente reproduzo
Cópia esculpida em carrara.
Continuo deitado sob o sol
E o meu lugar garanto
Ainda que, por vezes, confuso,
Grande mestre que mascara.
Sem perceber, copio
Aquilo que me faz chorar;
Aquilo de que tanto rio.
Talvez até sinta o vazio
Que não devia estar lá
Repito gestos e desafios.
Descendo a escada-caracol,
Cresço e multiplico
Com parâmetros obtusos;
O mesmo riff de guitarra.
Dito mesa, teto e até lençol
Minhas leis aplico
Apesar de inseguro, duro
Nenhuma ovelha se desgarra.