DOCE ABISMO.

Cai a noite

E logo aponta

Clarão de lua.

Sibilam silêncios

Aos meus ouvidos

A boca tua.

Enquanto buscam

Meus pensamentos,

Em labirintos,

Alguns atalhos.

Encurtam tempo

E, por vezes

Também a vida.

Caída noite,

Por onde insones

Passeiam meus sonhos...

Na amplidão dos lençóis,

Preenchem espaços

Em horas de esperas...

Abençoada, tranquila noite

Que ao dia, antecede

Ao teu doce abismo me atiro

Sem choro nem prece.

Elenice Bastos.