tão destruitor quanto destruído
quando as mãos pararam de desenhar,
porque a arte não paga a conta de luz.
quando os pés pararam de dançar,
porque a arte não sacia a fome do corpo.
será se existe um galpão para os sonhos
que foram desistidos?
empilhados em prateleiras empoeiradas,
guardados em caixas mofadas,
o fedor de morte que sobe às narinas
pode ainda inspirar algumas obras,
como o sol
ou como a lua
ou como o desespero
de ter mais uma vez
aquele sorriso.