Quarto

Minhas paredes

Tranquilas, mudas

Mudam de cores

E me desmonto logo

Mesmo em redes

Sem grande ajuda

Sob a cama, flores

E aqui dentro, fogos.

Toques! E outro lugar

Próprias mãos;

Nomes próprios

Bem longe do altar,

Bebo da solidão

Em estado sóbrio.

Minhas paredes,

Conhecem olhares,

Vontades, memórias,

Rios em que me afogo.

E há ainda sede

Na mente insegura

Que evita Adonis

E as ilusões de Apolo.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 28/04/2023
Código do texto: T7775135
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