EU CRAVO MEUS VERSOS

Eu cravo meus versos

Na roda do tempo,

Na cinza das horas,

Na luz das auroras,

Nas asas do vento!

Eu cravo meus versos

Sem constrangimento,

Tirando de jeito

De dentro do peito,

Chei’ de sentimento.

Eu cravo meus versos

Com muito prazer

Num solo profundo,

Recanto do mundo

Que me viu nascer.

Eu cravo meus versos

Pra não se perder

Nesse chão de areia

Da tal Chã de Areia

Que me viu crescer.

Eu cravo meus versos

Qual fosse um martelo

Batendo num prego,

Expondo meu ego

Num texto singelo.

Eu cravo meus versos

Na terra sem par,

Na simplicidade

Do chão da saudade

Que me faz cantar.

Eu cravo meus versos

No meu caminhar,

Na terra pacata

Da Zona da Mata

Chamada Pilar!

— Antonio Costta