A Estante da Sala

 

Na estante da sala passam vidas

Em vagos momentos leio sobre elas.

É um manancial de belas histórias

Que aguçam as minhas retinas atentas.

 

Debruço o dorso nas linhas em relevos

Bebo do sabor, do saber e dos desejos,

Das páginas vivas que saltam aos olhos,

Do pulsar da vida que saem dos prólogos.

 

Outro dia fui levada pela loucura de Foucault,

Num outro Paulo Honório me levou a nocaute,

E o cachorro das vidas secas me secou.

A vida por vezes me deixou louca, seca e agreste.