O Poço de Thanatos

Um poço foi cavado em tempos antigos,

E do fundo de sua garganta imunda

Jorram pestilências de um solo apodrecido

Os vermes correm no seu frio abismo

Morada dos mortos em trevas sombrias

Nesse lar da desolação, um pacto foi forjado

Esqueletos e vermes num abraço mortuário

Das profundezas de sua garganta suja

Sobem lamúrias, ouve-se os gemidos

Multidões inteiras enterradas em horror

Esquecidas pelo mundo, soterradas pela dor

Seu fundo é mistério fúnebre

Assembleia das larvas famintas

Todos temem seus segredos arcanos

Que nenhum mortal ousa desvendar

Lá embaixo a morte ergueu sua morada

Ossos se acumulam em montanhas alvas

Uma dança macabra de esqueletos sem nome

A turba de eras diferentes se encontra

No abraço gelado do luto e da aniquilação

O deus Thanatos sorri,

Pois seu ofício está em curso;

Ó maldita garganta faminta

Continuas a devorar pelas eras sem fim.

Alan Narcizo
Enviado por Alan Narcizo em 03/07/2023
Código do texto: T7828175
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