CONDENADOS

Estamos todos hoje

em intenso estado de desabrigo,

de silêncio e grito,

vivendo em vertigem

a invenção de nossa mais íntima morte coletiva.

O essencial abriga-se no corpo

contra a percepção e a linguagem

através do efêmero espetáculo da consciência.

Estamos condenados a qualquer sobre-vivência,

aos conformismos e ilusões consagradas pela estupidez da fé e da razão

mais ordinária.