Sete espadas ...

As sete espadas que me ofertaste ,

trespassaram o meu coração...

E sem dó algum , tu me rasgaste

em farrapos ... a minha ilusão .

A primeira que era aguda e má ...

Foi desdenhar do meu pobre amor ;

Estendes-te a mão , como quem dá

e a recolhes-te , deixando a dor ...

Foi a segunda que mais doeu ...

Teus lábios foram a negação,

desse belo amor que em mim nasceu,

acabou em triste desilusão .

Terceira , de gumes afiados ...

Foi teu coração que me perdeu.

Teus sentimentos nus , desfolhados;

Que destruiu ... tudo o que era meu.

A quarta , que matou meus sentidos ...

Foi de uma gratuita crueldade ;

Teu corpo , de frutos proibidos ,

fugiu-me com perversa maldade .

A quinta , era brilhante e linda ...

Foi jardim de promessas e flores ,

este homem já morto ... pensa ainda

que pode viver , nos teus amores .

A sexta , cruel rasgou meu beijo ...

Destruiu toda a minha ternura .

Esfacelou todo o meu desejo ,

de possuir-te ... foi doce loucura .

A sétima , foi a mais cruel espada ...

De mim fez , tronco seco que acabou.

A mulher que foi minha e sonhada;

Com sete espadas ... me trespassou.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 29/11/2005
Código do texto: T78465