Lenda da Mandioca ( Da série Folclore)

Lenda da Mandioca

No meio da aldeia

Uma indígena nasceu

Branca como copo de leite

Para alegrar o povo seu.

Na beira do rio

O canto de toda aldeia se ouviu:

-Vida longa à Mani!

Um desejo que não se cumpriu

Pois a menina pouco viveu

Deixou toda aldeia triste

Quando bem cedo,

Feito flor ela morreu.

A aldeia chorou sua morte

Embaixo de uma árvore a enterraram

E seu corpo com lágrimas

Todos ali prantearam.

O avô da menina

A alma pequenina adorou

Foram tantas as lágrimas

Que a Terra ondr jazia afofou.

E na sepultura da indígena

Entre contos e lágrimas tantas

Nasceu algo diferente

Brotou uma pequena planta.

Com folhas verde esperança

E de rama bem delgada.

Era grande sua raiz,

Quando foi desenterrada.

Deram o nome de maniva

Pois por fora era marrom,

Mas branca por dentro

Lembrava de Mani, o tom.

Era só sentimento

Mas ao invés do lamento

Toda aldeia cantou

Pois entenderam a missão da menina

Quando tão cedo ao céu voou.

Mani deixou um legado

Dos deuses um presente deixou,

Fez da tristeza, o sorriso

Quando a fome de seu povo saciou.

Ficou para sempre na história

Transformada em farinha, goma, beiju

Maniçoba e tapioca.

E assim nasceu Mani,

A lenda da mandioca.

Paula Belmino