AS RUAS E A REVOLUÇÃO POR VIR

As ruas estão cheias de gente.

Gente que vai e que vem,

que acorda, que dorme

e que morre,

sem saber porque foi que viveu.

As ruas estão sempre caóticas.

Mas ninguém se importa.

Todos seguem cegos entre estranhos

para toda parte e para nenhum lugar.

Muitos seguem indiferentes

ignorando a cidade que se move

através dos seus pés,

pois apagam o mundo

com seu egoísmo.

Mas somos em todos os lugares

uma só multidão.

As ruas são nossos corpos em movimento

imaginando geografias e inventando lugares

como se tudo fosse movido

pela força de um grande segredo.

As ruas, entupidas de gente, estão sempre em mutação,

em ebulição,

anunciando alguma iminente revolução

na soma dos seus pequenos tumultos.