Semiótica dos jacarandás

Perto da minha casa tinha um jacarandá.

Me lembro de uma vez que fiz uma prece...

Não havia altar nem velas, só o jacarandá e um formigueiro.

Na minha escola havia vários jacarandás.

Naquele tempo eu nem namorava...

De lá pra cá eu me vi entre jacarandás esculpidos em alemão,

Mármore branco e barroco cozido...

Na minha infância não havia arte.

Nem mármore, nem estalas de jacarandá.

Mas na casa de minha vó, à noite sentados no chão,

Enquanto se debulhava o milho,

Eu fazia aviõezinhos com sabugos,

As mulheres rezavam em coro

E o mistério entrava em meus ouvidos.

Farias Gomes
Enviado por Farias Gomes em 08/08/2023
Reeditado em 08/08/2023
Código do texto: T7856420
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