Fugaz

Ausências que habitam

distantes épocas

das minhas memórias,

sem nomes,

sem rostos,

sem corpos.

Endereços nem constam.

falta a glória,

faltam folhas,

sobram histórias,

esquecidas.

Nem meu nome aparece.

Ergo as mãos,

saúdo o finito.

Lembro-me de que tudo era bonito,

quase uma prece.

Ajoelho-me

e sinto que algumas raízes

resistem em heroísmo.

Há uma luz

esperançosa,

mas não há recomeços.

Dou mais alguns passos

para recordar o vivido,

e depois…

o último tropeço.

(Do livro Abstratos poéticos)