Folhas

Quando uma porta se fecha,

sinto a tristeza da alma vazia.

Imagino a dor na cravada da flecha,

que vem da solidão e dos amargurados dias.

É como um grito que ninguém ouve,

como um silêncio que nos torna insanos.

Sei que há lagartas cortando folhas

e raivosas tesouras abrindo o pano.

É como a tristeza, depois que o trem passa,

e a incerteza da dúvida se a angústia cessará.

É choro no embarque entre promessas

e a incerteza de quando a saudade gritará.

(Do livro Abstratos poéticos)