Para dona Fátima

Senhora minha mãe, mulher que não abaixa a guarda.

Por um tempo a empregada

De muitos dos seres que se nomeiam patrão

Mulher arretada,

Devora livros com uma fome de leoa,

Eis o fruto de minha inspiração.

Por muito tempo tentou esconder-me dos males do mundo,

Mas, fui buscado no portão,

Teu filho sofreu, minha nêga!

Nada que se compare com a dor que tivesses,

Com o sangue que literalmente deixasses no chão,

Esse

Ao qual suas lágrimas lavariam se preciso,

Contudo, és mãe preta,

Engoliste a canalhice desse mundo

Para que teu nego pudesse fugir da canaleta

Do vagabundo fardado,

Ao qual amontanha corpos sem fardo

E é fato

Que não tenho dinheiro o suficiente para cala-los

Mas,

Herdei de ti, a força para falar tão alto quanto

É...

Quanto minha mãe?

Quanto tempo se passsou?

Quanto ainda suporto?

Quanta saudade de ti.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 31/08/2023
Reeditado em 31/08/2023
Código do texto: T7874919
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