Carta de alforria

Não sou escravo da lascívia de qualquer pessoa.

Múltiplo ser na multidão ecoa.

Não sou depósito

De expectativas alheias,

Muito menos de propósitos espúrios.

Não me prendo a horários.

Não sou canário em gaiola.

Não tenho argolas

Nos pés, a leveza do vento.

Tenho na boca a rosa do povo.

No coração o luar atento,

Coberto da cabeça aos pés pelo brilho do sol,

Ainda que chova.