Fênix

A cada vez que respiro, suspiro

Com o som único de cada um dos mil botões

Abrindo em dois o pano, cor de vinho, madeira

Que me revela quintas em flor, violões

Em canções de amor e presságios de guerra

Estúpida como qualquer guerra

Passível de ser vencida pelos querubins

Que habitam seus cabelos e suas flechas de fogo

Que aos poucos derramam luz do céu

E as vozes grossas e as patas pesadas de mil grosserias

Caem como estrelas devolvendo o caos

E a mão doce, de amor banhada

Recompõe as essências e cria os rios e jardins, perfumarias

E me olha acanhada, sofrida

E me faz crer que é preciso alquimia de nós

Deuses astronautas, pacientes seres viajantes do tempo

Amantes ao vento de um dia de sol