Ecos do Aniversário Solitário

Neste aniversário, na solidão vestida,

Entre sombras que a alma esconde,

Desvendo-me em ecos de vida perdida,

Num tempo que só o silêncio responde.

Nas horas tristes de um bolo sem vela,

Soprei desejos ao vazio que me olha,

Enquanto o mundo, lá fora, brinca e revela

A festa que, sozinho, minha alma escolha.

O eco da canção se perde na distância,

A melodia de parabéns que se desfaz,

Um murmúrio solitário, sem importância,

Num palco onde o ator não aplaude, mas faz.

À mesa posta, cadeira vazia,

Brindo com a ausência que me acompanha,

Ao espectro de mim, que na noite fria,

Desenha versos na tela que a tristeza banha.

Cada vela apagada, uma memória perdida,

No bolo da existência, a solidão é fatia,

E o presente é passado, na lenta despedida,

Do aniversário solitário, onde a sombra guia.

No espelho, o reflexo de um rosto cansado,

Que sorri para a lua, sua única testemunha,

Enquanto as estrelas, no céu estirado,

Contam histórias de uma vida que não trilha.

Assim, neste aniversário, sigo solitário,

Entre sombras e ecos de um tempo que escoa,

No palco da existência, ator solitário,

Enceno a vida, nesta trama que magoa.

Brendel Luis Azevedo Souza
Enviado por Brendel Luis Azevedo Souza em 04/12/2023
Código do texto: T7946851
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