Cortesia da vida
Linda a ceia da vida!
Nobres e justos seus anseios...
Confrontam o minimo
Do meu eu, tão cínico!
Ela Brinda ao que sabe do Amor
Em uma mesa sem fixos lugares,
Muitos andares
Todos os manjares
Que testam e enlouquecem aos olhares
Aguçam a e torturam os mais vis apetites
Nela todos tem requintes
E seus acintes
Todos têm posição,
Mas nem todos, satisfação.
Dela se fartam com o melhor e o pior
Do ouro e da prata
Do belo e do feio
Do que eu amo e do que eu odeio
Do que te ama e do que te odeia
Mas nada a contragosto, Dor
apenas se em outros pratos,
que não os teus, pousar teu olhar!
Perversa? Não!
Se de aparência má,
Ouse e veras, quanto mais repulsa
Maior sabor ela te dará!
Se menos lhe pedir,
Mais contente ela há de te sentir
E se ainda assim tu, contra ela te levantares
Em outra cadeira poderá procurar
Os teus tão desejados manjares
Mas vá ciente de que, de ti!
Ela se ressente
E em tua taça terás, assim
Muito e tudo de ruim
Essa é a ceia da vida
Mantida, sentida, vivida!
Dá aos bons e maus
O igual
Celebra aos vivos e certos
Mal trata aos famintos e néscios
E tudo que dela sai
Em tudo que com ela vai
Tem na sua essência
A alma da humana existência
Senta-te e se dê por contente
Pois és dela cria
O que recebes
O que dela bebes
Fazem de ti apenas uma rês
Então sejas cortês!
E sorria!
Pois teu eu é da vida
apenas uma cortesia