Cruzei a linha de chegada

Embriagada de dor, cheguei ao altar do meu Senhor.

Meu Senhor olhou em meus olhos e chorou.

Como estava sofrido o nobre Amor em meu peito dilacerado!

Suas lágrimas queimaram minhas dores e logo em seguida meu Senhor sorriu para mim e me disse:

"Não temas. A Verdade impera!"

Cruzei a linha de chegada e fui bem mais além do esperado.

Mais adiante, encontrei um jardim com flores vivas e uma fonte de águas cristalinas.

Ali fiquei e me refiz de meu cansaço. Já não estava mais embriagada.

O Amor me enlaçou com seus cuidados e eu me entreguei sem sombra de medo.

Meu Senhor me esperava para juntos assistirmos o pôr do Sol.

Não me demorei. Meu Senhor e eu éramos velhos amigos de Guerra e juntos atravessamos o inferno inteiro.

Meu Silêncio me honrava e minha Cicatrizes falavam em meu lugar.

Entreguei minha espada ao meu Mestre, e em troca ele me deu um colar de diamantes.

A Guerra havia sido exterminada e a Paz hasteava sua bandeira no alto da Montanha.

Todos os povos se curvaram diante da Justiça. Eu não estava sozinha.

Eu tinha uma Alma que sabia das coisas e me conduzia a novos caminhos.

Meu Senhor me convidou para habitar em suas terras e eu não hesitei em aceitar.

Eu e minha Alma louvamos ao Senhor.

Vitória atravessava a terra outra vez.

Amém.

Léia em 18 de dezembro de 2023 às 16H:18 min

Léia Carmona Torres
Enviado por Léia Carmona Torres em 18/12/2023
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