Mal antigo

Alma terna, em quem penso todo dia,

Não me alivio desta dor banal!

Que amor, no vasto mundo, poderia

Suplantar o meu mal?!

Os dias passam, tenho uma saudade

Do que ainda possuo por inteiro.

Teu carinho é esperança que se evade

Por um tédio primeiro.

Na ânsia de assim permanecer doente,

Lembrando o bálsamo que ao léu exalas,

Flores amasso, embora ardentemente

Eu não cesse de amá-las.

É tudo simples, mas não sinto assim.

Demasiado fel tornou-me sério.

Após anos calado eu disse enfim

Que só amo o mistério.

Indissoluvelmente estou sozinho,

De maneira que sempre sentirei

Estar, por ter te achado em meu caminho,

Infringindo uma lei.

Alma terna, em quem penso todo dia,

Remédio não há pr'esta dor banal!

Que mais singelo coração faria

Disfarçar este Mal?!...

wsdafae
Enviado por wsdafae em 31/12/2007
Reeditado em 07/05/2008
Código do texto: T797663