13 de janeiro [de chuva] de 2024

Depois do último dia de briga

Das primeiras semanas

Da renovação de saudades

De culpas

Desculpas

Da descrença em milagres

Adiando caminhadas

Amanhã é um novo dia

A ânsia sempre ao lado

Mais um registro

Mais desanimado que alegre

Mas a vida sempre empurra, mesmo o peso da melancolia

e o da falta de perspectivas

Quando é apenas o peso da essência que fica

Tão pesado de tão leve

Onde as leis do espaço cedem

E me liberta dos desejos e das preces

E eu posso ver o céu escuro em um final de tarde

E ouvir as gotas caindo no chão

E os rios correndo nas ruas de pedras

Sentindo o vento frio de reflexão

De mais um momento ao qual se entrega

Tão breve o tempo em que se espera

E a chuva forte continua a prender minha atenção

Até eu fechar mais uma janela

Terminando esses versos de meditação