o vórtice

Ainda que tua linhagem me pareça distante,

E se outro signo não te atrai,

Persisto em tocar a terra, ansiando tua presença,

Onde tua estrela dança sobre a mesa.

Intensifico-a para coroá-la,

Ofereço-lhe uma bênção secreta. Compreendas

Que tua infâmia foi absorvida e devolvida

Num banco de praça. Os olhos daqueles

Que notaram tua proeza, mas sem muita consequência,

Derramam murmúrios na calçada, de forma

Que tudo se aquieta, pois nada dito

Se encaixa no rosto do rústico desenho,

Deixado por alguma entidade orgulhosa.

Ela não participou da festa, nem retirou

Da tua mente a inexplicável vontade de saltar

Do poço, invertendo a ordem dos eventos.

Apenas a ignorou enquanto todos nós nos

Adaptamos para caber nos limites de tua mente.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 28/01/2024
Reeditado em 30/01/2024
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