DO INOMINÁVEL

DO INOMINÁVEL

Escorre, e num sentir tão sonolento,

aquilo que não dorme sono tranquilo...

aquilo que não está nunca atento

ao que possa, o desperto, senti-lo.

Escorre, num tão líquido sentimento,

que não se sabe jeito para carpi-lo;

e nem como usar as asas do vento

prum voo atento a tudo aquilo...

Aquilo que, sem ter apetite, come;

e que apetece o dia inteiro...

que pede mais que a sede...que a fome...

que escorre, assim, feito um ribeiro...

que flui dentro, feito um desfiladeiro;

entre montanhas de um sentir sem nome.

Torre Três ( R P )

01_03_24

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 02/03/2024
Código do texto: T8010896
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