DOS OLHOS PREGADOS

DOS OLHOS PREGADOS

O olhar não enxerga uma cruz.

Só um famoso ovo (de coelha?)

Igual quando vê a roupa vermelha

Que, em todo dezembro, o seduz.

Porque o olhar não se ajoelha...

Não quer retirar o velho capuz;

Para enxergar esse tal Jesus

Nem mesmo assim, meio de esguelha.

Como rever um fato tão sagrado,

Num olhar, assim, de si, tão seguro?!

Fica no breu; num aqui sem futuro;

Mas não volta, nessa luz do passado,

Pra ver, nas mãos de um crucificado,

Seus pecados fazendo cada furo.

Torre Três ( R P )

29_03_24

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 29/03/2024
Código do texto: T8030628
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