VIVER NUNCA É BASTANTE

Faço versos para me escutar

Vasculhando em algum lugar

De mim antigas fitas cassetes

Aquelas rebobinadas à caneta

Faço versos como quem se repete

Abrindo e fechando as mesmas gavetas

Escolho palavras para me lembrar

Que estou indo, sempre partindo,

E que, um dia, não vou voltar.

Faço versos para celebrar instantes,

Encontros, nascentes e poentes,

Por saber-me ser morrente.

Faço versos porque viver nunca é bastante

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 30/03/2024
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