O blefe do palhaço
desce do ventre dos céus dos meus pensamentos
tempestade mental que me assola,
é na madrugada chuvosa que transcrevo lamentos,
que compartilho destes tempos idos de outrora,
me lembro das tardes lamentosas,
feito palhaço entristecido a retesar os músculos em suas manobras,
sua maquiagem denota o sorriso mavioso
e lo seu corpo desliza livre pelas cordas,
do seu ventre espuma o liquido amargo e quente,
a topar contra as narinas das senhoras
oh, doce clown tece o seu espetáculo em sutil morbidez,
tosse e chora...
sua máscara análoga a poesia esconde melancolia
seu riso treme e o peito geme na mais pura intrepidez
palhaço talvez eu sofra do mesmo mal que o teu corpo repudia
melancolia...
a revelia o palhaço suportara o fiasco intimista no palco da vida
a provar de sua companhia
estes são tempos estranhos
tempos em que encaro a dor com plenitude
a melancolia que antes habitava
o estreito do peito
amiúde será solitude.