ONDE ESTOU VOCÊ(?)

Eu te sinto chegando, Poema!

Eu te sinto rondar meus sentidos,

sondar meus instintos,

checar meu radar.

Percebo seu movimento

querendo em mim pousar.

Lembro como era fácil, Poema,

deixar-me sorver, simplesmente,

nas asas plenas do seu abraço,

no espaço aberto do seu dizer.

Parece que eu fechei a porta

e que não sei escutar;

que não sei mais te receber,

e nem sei mais me encantar com você.

Parece que tenho assistido histórias

sem participar das horas

sem mais sabê-las contar.

Parece que esqueci no tempo

o caminho de dentro, meu reino, seu habitat.

Eu sinto você chegando, Poema,

batendo na porta do peito

Para que eu te deixe sair.

Enquanto aqui do lado do agora

Eu ignoro as horas...

não ouço os sentidos, nem o pensamento.

Eu fico a aguardar que chegues de longe,

de fora para dentro.

Mas, é de dentro para fora

que você se lança ao vento

e eu te dou voz para existir

D.V.

03/14/22

DULCE VALVERDE
Enviado por DULCE VALVERDE em 27/04/2024
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T8050674
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