DESABO

Dia de faxina no céu...água que desaba!

móveis sendo arrastados, trovejando

tem gorjeios de alegria, banho do dia

tem dança de verdes, ao som dessa melodia

Tem eu aqui, presa pela dicotomia da vida

Livre sem o ser, presa sem amarras

o cheiro no ar me chama a ser, atrevida

a vida reta me breca e me faz contida

Assentada sobre meus pensamentos

sinto-me de braços abertos ao vento

sendo banhada pela chuva abençoada

renovando em mim nobres sentimentos

O amor à vida, aos seus intentos

o respeito ao tempo, imponente, implacável

a compreensão do sofrimento, essa dor palpável

o valor do amor, santo remédio curador

Me rendo às corredeiras, verto cristais de sal

imito a chuva , e desabo, torrencial!

Monica San
Enviado por Monica San em 06/01/2008
Código do texto: T805680
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