Tudo e nada

Entre tudo restou o nada

Mas não um nada qualquer

Um nada repleto de tudo

Onde a tristeza faz o que bem quer

E depois de tudo

Que quase foi nada

Tantas coisas apenas ficaram

Em um cantinho abafadas

A poeira foi tomando conta

Do que antes se dizia

Serem as coisas mais importantes

E agora estão vazias

Tantas coisas abandonadas

E nada esquecido

O peito ainda rasgado

Nem mesmo está adormecido

E no rasgo que a alma assombra

Pela dor tão sentida

O silêncio de tudo toma conta

E a alma é mais ferida

Doce os sonhos que outrora

Os olhos iluminavam

Hoje são só memórias

Que aos olhos molham

E perdida entre o tudo e o nada

Segue a alma despedaçada

A esperar por nada

Enquanto por tudo está desesperada

No por nada se perde tudo

Por tudo se vai o nada

Os olhos sempre úmidos

Não se fecham na madrugada

É tudo

Mas é nada

Lágrimas por tudo

Espera por nada

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 05/05/2024
Código do texto: T8057077
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.