A única condição

Perdido nas linhas vagas do seu pensamento,

Nos sonhos não sonhados que minhas amantes deveriam ter tido.

Vivo vagando, fantasma de mim mesmo, constante lamento

Naqueles devaneios serenos, dos tempos que fui quando não deveria ter ido.

As vezes sombrio, as vezes pacato,

As vezes chorando, as vezes sorrindo;

Sem eiras nem beiras eu vivo morando

Nos corações daqueles que sem hesitar me abriram

As portas que necessito para poder me mostrar,

Um triste espectro, constituído de puro sonhar.

Dos sonhos que tive, dos que alcancei,

A sua lembrança não me deixa esquecer

Aquilo por que lutei, batalha não qual me lancei,

Respiro que não respirei, aspiração que não consegui manter.

Diriam falta de caráter, personalidade fraca.

Segui seus conselho, me embriaguei!

Dos amores que tive, dos que sempre contei,

Dos abandonos sentidos, da minha presença opaca.

Eu vivo vagando, sem saber onde habito,

Que corpo é este, com que eu convivo?

Olho-me no espelho: “que cara bacana”!!!

Perco-me nas escolhas “oh vida sacana”!!!

Caindo, sentindo, chorando, ralando;

Eu vivo correndo, nadando e buscando;

Dogmático acreditando, seguindo a maré

Aquele ideal que nem sei mais qual é...